No Brasil, o câncer de pâncreas é o 14º tipo de câncer mais frequente, sem considerar os tumores de pele do tipo “não melanoma”, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). Contudo, apesar de representar apenas 1% dos tipos de câncer diagnosticados no país, o câncer de pâncreas é responsável por 5% das mortes causadas pela doença.
Por conta disso, o câncer de pâncreas apresenta uma alta taxa de mortalidade, que pode ser explicada pelo seu diagnóstico geralmente tardio e seu efeito agressivo no nosso organismo. A seguir, confira alguns sintomas comuns do câncer de pâncreas, incluindo um sinal que está presente em 75% dos casos diagnosticados.
Sintomas do câncer de pâncreas
Nos estágios iniciais, não há sintomas muito evidentes de que a pessoa está com câncer de pâncreas, com uma exceção que será discutida na próxima seção. Geralmente, a doença começa a apresentar sintomas quando o tumor já está grande ou quando ele já se espalhou para outros órgãos além do pâncreas (metástase).
Nesse caso, um sintoma do câncer de pâncreas é o cansaço ou fraqueza física incomum. Isso acontece mesmo que a pessoa não tenha feito atividade física e pode estar associado ao humor depressivo e dificuldades para dormir.
Além disso, a perda de peso indesejada é bastante comum para pessoas com câncer de pâncreas, que podem ter pouco apetite. Isso pode ocorrer por conta do tumor pressionando o estômago. Se ele pressionar a parte inicial do estômago, também é possível que a pessoa sinta náusea ou tenha vômitos frequentes, já que a passagem do alimento é dificultada. O câncer de pâncreas ainda pode inchar o fígado e a vesícula biliar.
Vale destacar que essa doença não é a causa mais comum dos sintomas citados. Fraqueza e cansaço, por exemplo, geralmente têm outras causas menos graves, assim como a perda de apetite e de peso, dores abdominais e inchaço de órgãos.
Icterícia: sinal presente em 75% dos casos de câncer pancreático
Além dos sinais citados acima, uma pessoa com câncer de pâncreas também pode ter icterícia. Na verdade, um estudo feito com mais de 400 pacientes demonstrou que 75% daqueles com adenocarcinoma na cabeça do pâncreas (parte próxima ao duodeno) apresentaram a icterícia como um sintoma dessa condição.
A icterícia ocorre quando o câncer de pâncreas afeta a drenagem de bile para a vesícula biliar. Quando não é drenado corretamente, esse líquido digestivo produzido pelo fígado pode depositar cristais de sais biliares sob a pele, causando prurido (coceira) por todo o corpo.
Além disso, o acúmulo de bilirrubina, uma substância amarronzada produzida no fígado e presente na bile, ocorre nos casos de câncer de pâncreas que causam icterícia. Essa substância pode deixar os olhos e a pele com um aspecto amarelado, além de escurecer a urina e tornar as fezes gordurosas e com um tom claro.
Frequentemente, o adenocarcinoma na cabeça do pâncreas tem como um dos seus primeiros sintomas a icterícia, se ele estiver pressionando o duto biliar. Esse é um sinal que ajuda no diagnóstico do câncer de pâncreas nos estágios iniciais, já que, por conta da sua localização, não é preciso que o tumor esteja muito grande para pressionar o duto biliar e causar a icterícia.
No entanto, os tipos de câncer de pâncreas que começam no corpo ou na cauda do órgão são mais difíceis de diagnosticar, e os seus sintomas somente se apresentam em estágios mais avançados.
É importante notar que, mesmo sendo um sintoma bastante frequente do câncer de pâncreas, o tumor não é a causa mais comum da icterícia. É possível desenvolver a icterícia a partir de outras doenças do fígado ou da vesícula biliar, como hepatite e pedras na vesícula.